
Companheira funesta da meia-noite,
Da minha tristeza um infeliz açoite,
Faze-me, pois, pagar o preço da vida,
Deste desditoso a maldita e lúgubre descida.
Clareia minha fronte com os raios das tuas entranhas,
Alumia o rosto dessas pessoas estranhas
Que passam por mim tão indiferentes
Pensando apenas em si, como loucos cristãos crentes.
Ó lua celeste de cor tão pálida!
Venha conceder-me alívio profundo
Desta vida medíocre, infeliz e inválida
Das angústias pesarosas desse mundo.
Deixe-me embriagar com teu brilho ofuscante
Como o brilho dos olhos da ex-amante.
Deixe-me alcançar-te no meu sonho
E morrer para encontrar a paz que tanto espero e junto a ti suponho.
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