terça-feira, 20 de julho de 2010

Lua Cheia




Companheira funesta da meia-noite,

Da minha tristeza um infeliz açoite,

Faze-me, pois, pagar o preço da vida,

Deste desditoso a maldita e lúgubre descida.

Clareia minha fronte com os raios das tuas entranhas,

Alumia o rosto dessas pessoas estranhas

Que passam por mim tão indiferentes

Pensando apenas em si, como loucos cristãos crentes.

Ó lua celeste de cor tão pálida!

Venha conceder-me alívio profundo

Desta vida medíocre, infeliz e inválida

Das angústias pesarosas desse mundo.

Deixe-me embriagar com teu brilho ofuscante

Como o brilho dos olhos da ex-amante.

Deixe-me alcançar-te no meu sonho

E morrer para encontrar a paz que tanto espero e junto a ti suponho.



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